Rua de Estremoz, encontra-se há muitos anos inactiva e actualmente em ruínas mas durante muitos anos foi ponto de encontro da população Terenense.
Para além da realização dos bailes em épocas festivas, havia um grupo de homens, duma maneira geral os mais abastados que se juntavam à noite para jogar à “batota”.
Nessas ocasiões, havia um homem que, não sendo jogador, os outros deixavam-no assistir ao jogo até ao dia em que começaram a ter conhecimento de atitudes reprováveis do indivíduo, pois contava tudo o que lá se passava. Dizia os nomes dos jogadores e os valores que cada um ganhava ou perdia. Fazia isto só para irritar as mulheres dos jogadores, claro que elas depois zangavam-se com os maridos, provocando assim algum mal estar entre os casais.
Um belo dia, os jogadores combinaram-se todos e estudaram a forma de se livrarem do homem. Foi então que um deles se lembrou, que o dito fulano se deixava dormir enquanto eles jogavam.
Certa noite, quando foram jogar, o tal fulano lá estava e como era normal adormeceu.
Disseram uns para os outros:
– Agora é que é.
O que se encontrava mais perto do candeeiro apagou a luz e fingiram que continuavam a jogar;
– Rei Dama, Valete e foram sempre conversando.
Ao fim de certo, tempo o fulano acordou e muito assustado, exclamou!
– Ai mãezinha que estou cego! Ai mãezinha que estou cego!
Os jogadores abriram a luz, foi um gozo para todos. para além de lhe terem dado um grande correctivo.O dito homem ficou tão envergonhado, que nunca mais apareceu para assistir ao jogo e assim os outros se livraram do curioso e intriguista.
Luís de Matos
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