Diamantino José Neves Rosado, nascido e criado no Alandroal. Todos o conhecem por “Sarlica”, nem ele responde por outro nome. Actualmente, tem cerca de oitenta anos. Bom trabalhador e um certo jeito para o negócio, embora nunca se lhe conhecesse nada duradoiro. Quando era novo tinha uma força notável. Foi um bom pegador de toiros e isso via-se nas touradas realizadas por altura das festas em honra de Nossa Senhora da Conceição que têm lugar no mês de Setembro. no Alandroal. Depois de reformado, o Dr. Quintino Lopes, contratou-o para cuidar da quinta que este possui no Alandroal. Com a devida autorização do proprietário, começou a criar porcos para engorda, que depois vendia para a tradicional matança alentejana. Engordava-os com alguns sobejos de comida e milho. A boleta só lhe a dava, quando faltava um mês para a matança, o que fazia com que carne ficasse mais saborosa. O xiqueiro, onde engordava os porcos, estavam sempre limpos de restos de comida. A água é que era sempre abundante nas pias. Deviam ser felizes os animais, a avaliar pelo repouso que tinham. Depois de fartos, faziam belas sonecas que era um regalo ouvi-los roncar, diria até que era de meter inveja a muito boa gente que, sejam quais forem os motivos, quer dormir e não pode.
O Sarlica é tio da minha mulher e um bom contador de histórias. Muita gente, nas quais eu me incluo, gosta de ouvir as suas facécias. Hoje, devido à idade avançada e doente, já não é o que era. Adorava a sua companhia, principalmente pelas mentiras descaradas que nos tentava impingir sempre com muita graça. Outras vezes, não pela graça, mas pela forma como se expressava. Ele inventava uma pequena historieta de um momento para o outro.
Um dia perguntei-lhe:
Ò Sarlica, tens lá porcos para vender?. Precisava de um para matarmos aqui na quinta.
– Tenho, mas já sabes. É dinheirinho numa mão e bacrinho na outra.
Ainda hoje, já passados uma boa dezena de anos, o meu amigo João, que eu tinha convidado para me acompanhar de Évora ao Alandroal e que assistiu a esta pequena tentativa de negócio me diz: Ó Luís! E então aquela do ti Sarlica? Dinheirinho numa mão e bacrinho na outra?
O Sarlica é tio da minha mulher e um bom contador de histórias. Muita gente, nas quais eu me incluo, gosta de ouvir as suas facécias. Hoje, devido à idade avançada e doente, já não é o que era. Adorava a sua companhia, principalmente pelas mentiras descaradas que nos tentava impingir sempre com muita graça. Outras vezes, não pela graça, mas pela forma como se expressava. Ele inventava uma pequena historieta de um momento para o outro.
Um dia perguntei-lhe:
Ò Sarlica, tens lá porcos para vender?. Precisava de um para matarmos aqui na quinta.
– Tenho, mas já sabes. É dinheirinho numa mão e bacrinho na outra.
Ainda hoje, já passados uma boa dezena de anos, o meu amigo João, que eu tinha convidado para me acompanhar de Évora ao Alandroal e que assistiu a esta pequena tentativa de negócio me diz: Ó Luís! E então aquela do ti Sarlica? Dinheirinho numa mão e bacrinho na outra?
Luís de Matos