segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O CANTO DAS PEDRAS


Cerco o meu olhar ao redor de ti
E contemplo o infinito no céu
Sinto- me em dia de festa, feliz
Neste lugar iluminado, só meu

Em silêncio, escuto o som a trautear
Pé ante pé, subo escadaria miraculosa
Com os sentidos apurados a borbulhar
Inalando perfumes do campo e da rosa

No céu do sonho pareço acordar
Vejo avessa realidade se mostrar
Multidão de mãos postas a implorar

Querem aliviar a dor do sofrimento
E, fazem promessas sobre tormento
Trocam sacrifícios para os males curar


06-05-2013 Maria Antonieta Matos

EM BUSCA DE AMOR


Parti buscando a ventura
Deixei para trás o meu lar
Levei sonho e bravura
À espera da vida mudar
Tinha um brilho no olhar
Com um ar de candura
O paraíso esperava encontrar
Mas, ah! Isso era loucura

Era amor que eu queria ter
E esse amor não encontrava
Amava sem perceber
Que era a miragem da alma
Do quando o peito sonhava
Num amor de tanto querer
Que sem querer me enganava

Subi o alto do monte
Toquei as nuvens no ar
Vi o mundo o horizonte
Os rios o mar e as fontes
Ouvi pássaros a chilrear
Vi natureza maltratar
Vi cidades e muitas gentes
Soberbos a enganar
Num falso jeito de amar

Vi a injustiça governar
E a maldade prevalecer
Vi pobres pedinchar
Para aos filhos dar de comer

Vi lá muito sofrimento
Olhares de indiferença
Os velhos no esquecimento
Lutando sós na doença

Vi crianças sem esperança
Com o futuro ameaçado
Vi famílias sem segurança
Todo o povo maltratado

De tanto que caminhei
Os meus pés estão gretados
E o amor, não encontrei
Neste mundo despedaçado

Em tão grande caminhar
Matei os sonhos e sorrisos
Ao meu lar quero voltar
O meu único paraíso
Quero continuar a sonhar
Enchendo de esperança o futuro
Com amor o mundo mudar
Para voltarem os sorrisos

31-01-2013 Maria Antonieta Matos

OLHAR FLORBELA



Florescem versos, estranhos pensamentos
Aquecem as lágrimas beijando o rosto
Batimentos fortes, grandes tormentos
Dançam os sentidos repletos de desgosto

Amor imperfeito e incompreendido
Sequioso amor na mente primorosa
Viver uma vida como se a tivesse vivido
Ideias controversas à época, penosas

Olhos misteriosos perseguindo o destino
Reclamando direitos de forma ousada
Testemunhos escritos em cada caminho
Agitando a razão, sempre determinada

Sensibilidades arrastando enredos
Dando à felicidade outro descaminho
Escondendo em casulos os segredos
Que aos ouvidos lhe sopram baixinho


19-03-2013 Maria Antonieta Matos

DESCOBRIR FLORBELA


Alma inspiradora, desnuda de preconceitos
Sensível, irrequieta, misteriosa e irreverente
Aos olhos das gentes contam defeitos
Que tarde acordam contrariando a mente

Inteligente, incrédula, sôfrega de amor
Ligações fogosas, que cegam e se esvaem
Desabrochando poemas da alma em flor
Resvalando lágrimas que pela face caem

Pensamentos sonhadores, se perdem
Ao acordar não têm mais cor
Ilusões e desilusões que sempre sucedem

Como nascer livre, mas não lhe dar sabor
Que loucas são as gentes, que não se divertem
Que morrem contentes, sem que para viver despertem

21-03-2013 Maria Antonieta Matos

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Poema "Poetizar Monsaraz"


Lançamento do livro "Poetizar Monsaraz"


O LIVRO

Um livro também tem vida
Nasce e aprende a falar
Amigos ou não, convida
Sempre pronto ensinar

Tem longo ou curto percurso
Tudo depende da estimação
Da importância no seu uso
Ou de quem o tem na mão

No seu espaço vive discreto
À espera de ser consultado
Outras vezes sempre aberto
Educando por todo o lado

Livro de arte ou técnico
De ciência, ou matemática
Trágico ou então cómico
De leitura ou de gramática

De diversão ou de sonho
E também de fofoquice
Livro de conteúdo medonho
E até de malandrice

Compilando em cada dia
O que se observa no mundo
Fazer da escrita magia
Semear livros para estudo

Assim se aprendem saberes
Em cada um minuto
Uns contribuem a escrever
E a tirar proveito o astuto

18-11-2012 Maria Antonieta Matos