terça-feira, 16 de outubro de 2007

Fundamento "A Rainha Santa Isabel" 1.º Episódio

(Começa o fundamento).

REI D. DINIS 1
Tu como Vassalo Mor
Ficas já recomendado
O trabalho está atrasado
A obra que pouco demore
Escolhe pessoal melhor
Quero tudo com perfeição
Os arquitectos que lá estão
Também foram recomendados
Quero os escravos bem vigiados
Segue para a tua obrigação
(Fala zangado e com autoridade)

VASSALO MOR 2
Com sua licença

VASSALO MOR 3
Têm que mais trabalhar
O nosso Rei não está contente
O trabalho não anda p’rá frente
Esteve comigo a ralhar
Têm que se desembaraçar
Isto assim não pode ser
Terei que ainda mais bater
Algum que vá malandrar
O Rei manda-o enforcar
Já sabe, tem que morrer.
(Fala zangado e com o chicote na mão)

VASSALO MOR 4
Nossa Rainha!

ESCRAVO 1.º 5
Água! Agua!
RAINHA SANTA ISABEL 6
Bebi à vossa vontade

RAINHA SANTA ISABEL 7

Aceitai e comei, que ordeno eu.

ESCRAVOS (TODOS) 8
Rainha Santa! Rainha Santa!

ESCRAVOS 1.º 9
Protege-nos bondosa senhora.

RAINHA SANTA ISABEL 10
Tende fé em Deus

RAINHA SANTA ISABEL 11
Orai meus filhos. Que Deus lhes valerá


RAINHA SANTA ISABEL 12
Amanhã os visitarei novamente

INFANTE D. AFONSO 13
Sanches. Estou impressionado
E ando com mau humor
Trago por ti um rancor
Tu ambicionas o reinado
Tu és filho bastardo
Não tens direito a elucidar
A tua mãe é culpada
É uma descarada
Pretende o meu pai dominar

Infante D. Sanches 14
(Filho de D. Dinis e da amante, Isabel de Aragão)

E se o nosso pai entender
Terás que te conformar
Não tens nada a reclamar
Ele dá a quem quiser o poder
É claro se eu merecer
Do pai mais estimação
O povo não diz que não
Ao que o Rei, nosso pai quiser
Ele é que dispõe e quer
Trazes tu má ilusão.

INFANTE D. AFONSO 15
Se eu tenho bem certeza
Que isso vai acontecer
Um dos dois tem que morrer
Tens a morte à Portuguesa
Com a alma semi-presa
Vive a minha mãe coitada
A tua mãe será enforcada
Se eu um dia reinar
E tu vou-te desterrar
Não és meu irmão não és nada.

INFANTE D. AFONSO 16
O meu pai anda iludido
Pela tua mãe desonesta
Mas pouca vida lhe resta
Andas pelo meu pai persuadido
Tu tens o sentido perdido
Pensas um dia ser Rei
Já um conselho te dei
Para deste reino saíres
Aconselho-te a que te retires
Antes que eu te odeie.
(Fala para Sanches, seu irmão bastardo)

INFANTE D. AFONSO 17
Não me trates por irmão
Eu disso tenho desprezo
Tu breve serás preso
E não terás salvação
Minha mãe sofre a paixão
O meu pai faz a maldade
Assim não é um Majestade
Está mau exemplo a dar
Isto um dia há-de acabar
Acaba de verdade.
(Volta as costas ao irmão)

INFANTE D.SANCHES 18
Recuso mais tua fala
Tu não és digno de mim
Pois terás um triste fim
Eu tenho a minha ala
Quem mais bem pensa, mais cala
Já sei o hei-de fazer
Ao nosso pai hei-de dizer
Ele te dará o castigo
Considero-te meu inimigo
Tens de mim tudo a perder.

REI D. DINIS 19
Parece que estás preocupado?
Sanches, meu filho querido
Vejo-te tão abatido
Conta-me meu filho amado
Estás com cara de zangado
Alguma coisa aconteceu
Foi alguém que te ofendeu?
Conta-me que eu te escutarei
Eu o castigarei
O Rei desta Nação, sou eu.
(Fala para Sanches, seu filho bastardo)

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