Decorria a época da ceifa. Um pequeno proprietário de Terena, de seu nome Joaquim Dias ,homem de baixa estatura, não fora os muitos anos de trabalho agrícola, e não teria o esqueleto tão curvado, andava ceifando a seara numa sua tapada, defronte ao cemitério, onde hoje existe uma bela casa de traço tipicamente alentejano, com piscina, mandada construir por um emigrante natural de uma localidade próxima.
Chegada a hora do almoço, o proprietário, a esposa e um trabalhador concertado para o trabalho da ceifa, sentaram-se à volta do tarro de cortiça para comerem o cozido de grãos que na noite anterior a esposa do pequeno proprietário havia feito.
A refeição decorria num ambiente de boa harmonia mas, o proprietário estaria mais interessado em que o trabalhador comesse menos e trabalhasse mais.
Quando comeram as sopas e se preparavam para comer o toucinho e a morcela, o proprietário, olhando para os dois companheiros da faina, exclamou;
Bem, nós por aqui ficaremos, eu e a minha mulher e quem mais vergonha tiver.
O trabalhador deixou passar a gracinha, mas disse para consigo.
– O patrão está a referir-se a mim! Nã vejo aqui outr’ alma a nã ser eu!
No dia seguinte à hora do almoço, o proprietário repetiu a mesma chamada de atenção, o que levou o trabalhador a pensar na forma como lhe havia de responder sem o ofender.
– Outra vez? Já t’avio! Pois ê como nã tenho, nem uso dela, comi o toucinho tamém vô comêri a morcela.
O proprietário olhou para a mulher, ficou um pouco envergonhado e desde esse dia, nunca mais “chorou” a comida do trabalhador.
Chegada a hora do almoço, o proprietário, a esposa e um trabalhador concertado para o trabalho da ceifa, sentaram-se à volta do tarro de cortiça para comerem o cozido de grãos que na noite anterior a esposa do pequeno proprietário havia feito.
A refeição decorria num ambiente de boa harmonia mas, o proprietário estaria mais interessado em que o trabalhador comesse menos e trabalhasse mais.
Quando comeram as sopas e se preparavam para comer o toucinho e a morcela, o proprietário, olhando para os dois companheiros da faina, exclamou;
Bem, nós por aqui ficaremos, eu e a minha mulher e quem mais vergonha tiver.
O trabalhador deixou passar a gracinha, mas disse para consigo.
– O patrão está a referir-se a mim! Nã vejo aqui outr’ alma a nã ser eu!
No dia seguinte à hora do almoço, o proprietário repetiu a mesma chamada de atenção, o que levou o trabalhador a pensar na forma como lhe havia de responder sem o ofender.
– Outra vez? Já t’avio! Pois ê como nã tenho, nem uso dela, comi o toucinho tamém vô comêri a morcela.
O proprietário olhou para a mulher, ficou um pouco envergonhado e desde esse dia, nunca mais “chorou” a comida do trabalhador.
Nota: Esta estória foi-me contada em criança pelo meu pai, nas longas noites de inverno, à chaminé.
Luis de Matos
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