MESTRE 100ª
Nós temos muitas despesas
Pedimos uma ajudinha
Qualquer moedazinha
Agradecemos com delicadeza
Quem quiser ter a fineza
Podem para a roda deitar
Os fastudos vão apanhar
E vão para o saco meter
Para ver se pode ser
A nossa despesa pagar.
Cantiga
1.ª
ESTRIBILHO
Da cidade de Elvas
Vê-se Badajoz
São prados e relvas
São de todos nós
2.ª
Caminhos desertos
De antigamente
Fala toda a gente
Destes feitos certos
3.º
Foi um Português
Que na Espanha entrou
O Estandarte sacou
Firme e com altivez.
4.ª
ESTRIBILHO
Da cidade de Elvas
Vê-se Badajoz
São prados e relvas
São de todos nós
5.ª
Numa manhã fresca e bela
Firme no seu cavalinho
Por amor duma donzela
Fez este feito sozinho.
6.º
Sempre ouve a falsidade
Fecharam as portas da cidade
O Português foi apanhado
Para a Espanha foi levado
Com instintos de crueldade.
7.º
ESTRIBILHO
Da cidade de Elvas
Vê-se Badajoz
São prados e relvas
São de todos nós
8.ª
Morreu mas sem glória
O estandarte cá ficou
Sua amada se suicidou
Isto não reza a nossa história.
9.ª
São feitos passados
Não são apagados
Da mente do povo
Hoje vêm de novo
Serem recordados.
10.ª
ESTRIBILHO
Da cidade de Elvas
Vê-se Badajoz
São prados e relvas
São de todos nós
11.º
Lá o caldeirão
Cá o estandarte
A recordação
Sempre em toda a parte.
12.ª
O Governador
Foi bem compensado
Foi decapitado
Porque foi traidor
13.ª
ESTRIBILHO
Da cidade de Elvas
Vê-se Badajoz
São prados e relvas
São de todos nós
14.ª
Dois morreram por amor
Um morreu pela traição
As coisas assim se dão
Tudo tem o seu valor
Feito agora por um autor
Em jeitos de reinação.
15:ª
Viva o Grupo e a mocidade
Viva o povo em geral
Viva o nosso Carnaval
E a nossa linda cidade
É uma jóia e uma beldade
Do Alentejo é Capital
Viva o nosso Portugal
Viva! Viva a Liberdade.
AFONSO Sou soldado português
Fui o Estandarte buscar
Mas foram-me falsear
Morri! Mas só se morre uma vez
Voltas à cidade dei três
E não tocaram a rebate
Se eu tivesse um bacamarte
Não me apanhariam não
Eu fui frito num caldeirão
No Grupo do Estandarte
TERESA
- Décima do Grupo –
Contra o impulso do amor
Não deve haver contradição
Porque muda o coração
Cheio de querer e vigor
O meu pai foi um traidor
Na minha morte teve parte
Quando algum por amor se mate
Deus perdoa e vai para o céu
Sou uma noiva sem véu
No Grupo do Estandarte.
GOVERNADOR
- Décima do Grupo –
Assim fui decapitado
Tudo isto mereci
Esta sorte decidi
Eu podia ser galhardeado
Aquele valente soldado
Criou forma em toda a parte
Quem duma janela salta
Encontra morte honrosa
Assim perdi minha filha formosa
No Grupo do Estandarte.
COMANDANTE ESPANHOL
- Décima do Grupo –
Comandei a perseguição
O terror de Portugal
Contra aquele canibal
Que entrou na procissão
Muitos caíram para o chão
Nem se pode dar combate
Ouviu-se tocar a rebote
Ele o nosso pendão levou
Mas a sua ousadia pagou
No Grupo do Estandarte.
COMANDANTE ESPANHOL
- Décima do Grupo –
Aquele maldito cão
Que o nosso Estandarte levou
Este caldeirão o fritou
Aqui na nossa nação
Sendo eu o capitão
Ia disposto ao combate
Corremos por toda a parte
Nunca vimos os Lusitanos
Eles são grandes desumanos
No Grupo do Estandarte.
SOLDADO ESPANHOL
Eu fiz a perseguição
Àquele português malvado
Mas foi por nós apanhado
A história dele não reza não
Ficou a nossa Nação
Sem aquela jóia de arte
Eu chamo-me Júlia Duarte
Natural de Badajoz
De memória fica em todos nós
No Grupo do Estandarte.
VELHA
- Décima do Grupo –
Fiquei a tremelicar
Senti a espada no pescoço
Até sinto aqui um caroço
Que custo a mastigar
Eu estava a lavar
Vi o grupo de combate
Correram por toda a parte
Eu rezei o meu responso
Apanharam o Afonso
No Grupo do Estandarte.
1.º PALHAÇO
Eu fui o Papa-sal
E gosto do meu copinho
Sou filho de S. Martinho
Sou um ser divinal
Até não sei dizer mal
E toda agente me bate
Só desejo o baluarte
Quando me cai cá pela frente
Sou um rapaz bem decente
No Grupo do Estandarte.
2.º PALHAÇO
- Décima do Grupo –
Trocámos o pendão
Pelo caldeirão
E que sou
Belo azeitinho
Sabe a toucinho
E para o teu vizinho
Eu só quero vinho
E do branquinho
Beber é a tua arte
No Grupo do Estandarte
3.º PALHAÇO
- Décima do Grupo –
Foi aqui que foi fritado
Por ter o pendão roubado
Aquele maldito português
Já cá não volta outra vez
Ainda cabem cá mais três
Quem num espanhol bate
Ou mesmo que o mal trate
Vem para este caldeirão
É como o João Ratão
Cá no Grupo do Estandarte.
REI
- Décima do Grupo –
Aqui no nosso país
Não há lugar para traidores
Assim morreram dois amores
Mas eu a justiça fiz
A boca do povo diz
Que todos os traidores se mate
A hora foi de arrebate
Eu cheguei na hora H
Mas o pendão ficou cá
No Grupo do Estandarte.
ACORDEÃO
Quando puxo pelo fole
Trás sempre um tom positivo
É um som administrativo
Que não é duro nem é mole
À chuva ao vento e ao sol
Aqui e em toda a parte
Assim não há quem me bate
Eu aqui sou o melhor
Toco sempre em ré menor
No Grupo do Estandarte.
BANDEIRA
- Décima do Grupo –
Quem sabe compreenderá
Porque tens estes predicados
Teus feitos não são igualados
É Deus que condão te dá
Um anjo te guardará
Por causa do pecador
O teu lindo resplendor
Ilumina a nossa alma
Tens serenidade e calma
No Grupo do Estandarte.
MESTRE
- Décima do Grupo –
Tive a minha formação
Para isso eu estudei
Fui assim que me formei
Com a mais alta distinção
Ganhei uma condecoração
Dei provas da minha arte
Julgo que ninguém me bate
Nesta coisa de mandar
Sei me bem apresentar
No Grupo do Estandarte.
MESTRE 101.ª
Terminou sim términos
Terminar é chegar ao fim
Agradecemos o pilim
A quem nos ajudou
Gratos a todos estou
Que nos tiveram a ouvir
Nós temos que seguir
Para outro lugar
Um abraço a todos vou dar
E um adeus a sorrir.
(Fala para o Povo)
MESTRE 102.ª
Temos que ir a outro lugar
De tudo peço desculpa
Querem lá nossa presença
Caso contrário tudo caduca
Que não lhe sirva de ofensa
Cada um seu lugar ocupa
E vamos então já marchar
Quando a sua ordem soar
E de tudo peço desculpa.
(Despede-se do patrão)
MESTRE 103.º
Até para o ano se Deus quiser
Saúde e felicidade
Deseja-te esta mocidade
Para si e para a sua mulher
Que não venha a Lúcifer
Sua Excelência perturbar
Que Deus a vá acompanhar
Na sua vida presente
Estimado por toda a gente
Queira-me a mão apertar.
(Despede-se do patrão).
BRINCAS DE ÉVORA
Há 7 anos
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